Facção ADM impõe terror em Caraíva e coapta jovens indígenas no Extremo Sul da Bahia

A ausência do Estado em regiões vulneráveis da Bahia tem permitido a expansão de facções criminosas, como ocorre em Caraíva, distrito de Porto Seguro, no Extremo Sul baiano. Com atuação cada vez mais expressiva, o grupo conhecido como Anjos da Morte (ADM) tem instaurado um clima de medo entre moradores e indígenas da região.

A facção, segundo relatos locais, surgiu dentro da Aldeia do Xandó, após um processo de reestruturação do Bonde do Maluco (BDM) em territórios pataxós. A ADM tem ganhado força em meio à fragilidade das políticas públicas e à carência de ações efetivas de segurança, saúde e educação.

O mais preocupante é o aliciamento de adolescentes e jovens indígenas, que passam a integrar diretamente a estrutura criminosa da ADM, muitas vezes participando de execuções e outras atividades violentas contra o próprio povo. O cenário reflete uma realidade comum nas periferias de Salvador, agora reproduzida em terras indígenas do interior.

A escalada da violência na região exige uma resposta urgente do poder público. Lideranças locais e movimentos sociais têm denunciado a situação, cobrando proteção às comunidades tradicionais e investimentos em políticas de prevenção, inclusão social e fortalecimento da segurança pública.