
O empresário Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, foi preso nesta segunda-feira (27) em Jacuípe, litoral da Bahia. Latrell, que estava foragido desde abril de 2024, é acusado de manter contratos fraudulentos com prefeituras e câmaras municipais em todo o país, incluindo Sorocaba e Itatiba (SP), e de ter ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
A prisão ocorreu durante a Operação Munditia, conduzida pelo Grupo de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) da Bahia, com apoio da Polícia Militar. Ele foi detido por uso de documento falso e vivia na Bahia sob a identidade falsa de Moises Mota Sena.

As investigações apontam que empresas ligadas a Latrell, como a Safe Java Comercial e Serviços, fraudaram licitações e pagaram propinas para garantir contratos com órgãos públicos. Em Sorocaba, esses contratos somaram mais de R$ 25 milhões entre 2018 e 2024. Um dos contratos emergenciais, firmado durante a pandemia para serviços de limpeza hospitalar, foi no valor de R$ 199 mil.
Além de Sorocaba, outras cidades como Santa Isabel e Guarujá também foram citadas no esquema. Conversas interceptadas pelos promotores revelaram o "itinerário da corrupção", com pagamentos sendo realizados a agentes públicos, incluindo o ex-secretário de Administração de Sorocaba, José Marcos Gomes Júnior, que negou envolvimento.
A prefeita Jaqueline Coutinho (PRD), em cuja gestão ocorreram alguns contratos investigados, afirmou desconhecer as irregularidades e defendeu a apuração completa dos fatos. Já o Ministério Público segue analisando os documentos apreendidos, incluindo notas fiscais e mensagens que detalham o fluxo financeiro do esquema.
A prisão de Latrell marca um avanço nas investigações sobre a infiltração do PCC em contratos públicos, enquanto o caso continua desdobrando-se com novas denúncias e apurações em curso.