A icônica atriz Fernanda Montenegro celebrou 95 anos nesta quarta-feira (16) e, com a sabedoria que a vida lhe trouxe, encara a longevidade e a proximidade da morte de maneira objetiva. Em depoimento ao programa Tributo, lançado no Globoplay em homenagem ao seu aniversário, ela afirmou ter plena consciência de que “ninguém é eterno”. “A consciência da morte é constante, diária”, declarou a atriz.
Ao refletir sobre o fato de ter passado dos 90 anos, Fernanda relembra sua trajetória. “Fui criança nos anos 1930, adolescente nos anos 1940. Agora, estou caminhando para os 94 anos [na época da gravação, ainda não havia completado 95]. É estranho. Estranho mesmo”, confessou.
A atriz também compartilhou a saudade dos amigos que já se foram, como Nicette Bruno, Tarcísio Meira e Luis Gustavo, além de falar sobre os que ainda estão presentes, como Laura Cardoso e Lima Duarte. “Tem uma hora que você vê que já viveu a vida. […] Quando você se lembra de um amigo, e só ele tem a mesma memória que você, isso é muito especial”, refletiu.
Sobre a saudade, Fernanda sugere uma abordagem positiva. “A gente deve jogar fora as memórias que não são boas e cultuar as que são. Não é viver na morbidez da saudade, mas respeitá-la sem adoecer disso.”
Em relação à morte, Fernanda destacou sua inevitabilidade: “A consciência da morte é constante. Diária. […] O que a gente vai fazer? Ninguém é eterno.” Em tom descontraído, porém, ela olhou para cima e acrescentou: “Espera um pouquinho. Espera mesmo, viu?”.
A longevidade, segundo Fernanda, é uma característica de sua família. “Meu pai, com 90 e tantos anos, dizia: ‘Eu quero chegar aos 100 porque a vida é tão boa’.” A atriz concluiu suas reflexões afirmando que a arte é uma forma de transcendência: “Um dia a gente vai sair deste planeta… A arte é muito isso também, é ir além.”