Lavagem do Beco será retomada em agosto e abrirá a Marcha do Orgulho LGBTQIA+ em Vitória da Conquista
- Da Redação
- há 20 horas
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Em uma data marcada por memória e resistência, 13 de maio — Dia dos Pretos Velhos e da abolição formal da escravidão no Brasil — foi anunciada oficialmente a retomada da tradicional Lavagem do Beco em Vitória da Conquista. O ato está marcado para o dia 9 de agosto, em homenagem à ialorixá Mãe Dió, guardiã espiritual da celebração e referência histórica do povo de santo na cidade.
Este ano, a Lavagem do Beco abrirá a programação da Marcha do Orgulho LGBTQIA+, unificando dois movimentos em um gesto coletivo de afirmação da diversidade religiosa, étnica, de gênero e sexual. A convergência entre os povos de terreiro e a comunidade LGBTQIA+ reforça a força política e simbólica da mobilização.
A principal pauta da Marcha em 2025 é a criação da Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa (DECRIM) em Vitória da Conquista. A proposta busca enfrentar os recorrentes casos de violência motivados por racismo, LGBTfobia e ataques às religiões de matriz africana. Vale lembrar que, segundo decisão do STF, a LGBTfobia é equiparada ao crime de racismo.

A concentração para a Lavagem acontecerá às 8h, na Praça Nove de Novembro. De lá, o cortejo parte da tradicional Barraca de Acarajé de Mãe Dió até a Praça da Normal, ponto de encontro da Marcha. A programação completa será divulgada nos próximos dias.
A mobilização conta com a participação de diversas lideranças religiosas e sociais, entre elas Anderson Rocha, coordenador da Marcha do Orgulho LGBTQIA+; a ialorixá Thalia Assis, vice-presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa da OAB-Conquista; Pai Loro, do Terreiro Ìlé Alaketú Asé Omi T’Ogun; e o babalorixá Pai Cely, figura histórica do carnaval conquistense. A família de Mãe Dió, a Rede Caminhos dos Búzios e outras lideranças de terreiros também integram a organização do ato.

A ação tem apoio do Portal Cubo e da Agência Heromax, responsáveis pela comunicação do evento. O objetivo é não apenas retomar uma tradição cultural do município, mas também reivindicar respeito, visibilidade e políticas públicas para os povos de axé, a população negra e LGBTQIA+ da região.
