Suspeito de executar Mãe Bernadete é preso após fazer família refém em Simões Filho
- Da Redação
- há 14 horas
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A Polícia Civil da Bahia prendeu, na manhã desta sexta-feira (12), Josevan Dionísio dos Santos, conhecido como “BZ” ou “Buzuim”, apontado como um dos executores da líder quilombola Mãe Bernadete Pacífico, assassinada em 17 de agosto de 2023, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
Segundo a corporação, a prisão ocorreu após perseguição policial no município, quando Josevan fez a companheira e os dois filhos reféns. Uma negociação conduzida pela Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core) garantiu a libertação da família sem ferimentos e a rendição do suspeito. Com ele, foi apreendida uma pistola calibre 9 mm, de fabricação turca e com numeração raspada.
Histórico do suspeito

“BZ” estava foragido desde abril de 2024, quando foi incluído no Baralho do Crime, catálogo da Secretaria de Segurança Pública que reúne os criminosos mais procurados da Bahia. Além do homicídio de Mãe Bernadete, ele é investigado por participação em roubos, tráfico de drogas e outros homicídios na região de Simões Filho.
O suspeito foi levado à sede do Departamento de Repressão e Combate ao Narcotráfico (Denarc), onde passou por exames legais e permanece custodiado à disposição da Justiça.
O assassinato de Mãe Bernadete
O crime aconteceu na noite de 17 de agosto de 2023, na sede do Quilombo Pitanga dos Palmares. Na ocasião, homens armados invadiram a residência e executaram a ialorixá, que era reconhecida nacionalmente por sua luta em defesa dos direitos quilombolas e contra a presença do tráfico no território.
De acordo com a investigação, o homicídio foi encomendado por traficantes, em represália à atuação de Mãe Bernadete contra o crime organizado na comunidade.
Situação processual
Até o momento, cinco suspeitos foram presos pelo envolvimento no caso:
Arielson da Conceição Santos
Sérgio Ferreira de Jesus
Josevan Dionísio dos Santos (BZ)
Ydney Carlos dos Santos de Jesus
Carlos Conceição Santiago
Um sexto investigado continua foragido. Três deles já foram encaminhados a júri popular, decisão que levou em conta o desmembramento do processo e a ausência de defesa constituída para parte dos acusados.