Declaração de Adolfo Menezes sobre “medo” de deputados embasou pedido de prisão de Binho Galinha, revela Rosemberg Pinto
- Da Redação

- 8 de out.
- 2 min de leitura

Uma declaração do ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Adolfo Menezes (PSD), foi usada como fundamento para o pedido de prisão preventiva do deputado Binho Galinha (PRD), detido durante a Operação El Patrón. A informação foi revelada nesta terça-feira (8) pelo líder do governo Jerônimo Rodrigues na Casa, deputado Rosemberg Pinto (PT), durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Segundo Rosemberg, o depoimento de Menezes, concedido durante um almoço com a imprensa, foi citado na decisão judicial que determinou a prisão. Na ocasião, o ex-presidente da ALBA afirmou que havia “medo” entre os parlamentares em se manifestar sobre o caso El Patrón e sobre a possível cassação de Binho Galinha.
“Três fatos estão colocados. Um deles é a declaração do deputado Adolfo Menezes, que fala aqui sobre os deputados. A decisão está substanciada nisso”, afirmou Rosemberg durante a sessão extraordinária da CCJ, que analisa a legalidade da prisão do parlamentar.
A fala do petista provocou tensão entre os membros da comissão. Um dos deputados reagiu imediatamente, destacando que as informações estavam sob segredo de Justiça, e outros pediram que o trecho fosse retirado da ata oficial da reunião.
Nos bastidores, segundo fontes ouvidas pelo Informe Baiano, Rosemberg teria defendido a votação pela soltura de Binho Galinha, embora publicamente mantenha o discurso de que o caso deve ser tratado com “critérios técnicos”. Questionado, o líder governista não confirmou essa posição.
Binho Galinha está preso desde sexta-feira (3) no Complexo Penitenciário da Mata Escura (Lemos Brito), acusado de chefiar uma organização criminosa com atuação em diversas regiões da Bahia. O caso é alvo das operações El Patrón e Estado Anômico, conduzidas pela Polícia Federal, Ministério Público da Bahia (MP-BA) e FORCE/SSP-BA.
A ALBA deve votar na próxima sexta-feira (10) a análise sobre a legalidade da prisão do parlamentar.



