Santander é acusado de demitir e recontratar funcionários como terceirizados na Bahia

Funcionários do Banco Santander na Bahia denunciaram possíveis práticas de fraude nas relações de trabalho dentro das agências do estado. A acusação, divulgada pelo jornal Correio, aponta que a instituição tem demitido colaboradores para, em seguida, recontratá-los por meio de empresas terceirizadas, para desempenhar as mesmas funções — porém sem os direitos e benefícios garantidos anteriormente.

Segundo o Sindicato dos Bancários da Bahia, cerca de 30% dos 700 funcionários do banco no estado podem ser substituídos por terceirizados. Os trabalhadores recontratados deixam de receber direitos como a jornada de seis horas, o auxílio-alimentação de R$ 1.951, o auxílio-creche de R$ 659 e a participação nos lucros ou resultados (PLR), entre outros benefícios garantidos pela convenção coletiva dos bancários.

Nos últimos seis anos, o Santander firmou parceria com 30 empresas, encerrou atividades de oito agências no estado e desligou 219 funcionários. A entidade sindical vê nas ações uma estratégia de precarização das condições de trabalho, enfraquecimento da categoria e violação de direitos conquistados.

Em resposta à reportagem, o Santander afirmou que todas as medidas adotadas estão dentro da legalidade da terceirização, sem comentar os casos específicos denunciados. O sindicato, por sua vez, afirmou que estuda acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) e buscar medidas judiciais contra a prática.