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Vitória da Conquista retoma Conferência de Igualdade Racial após mais de 10 anos

A Prefeitura de Vitória da Conquista, em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, realizou nesta quinta-feira (5) a 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Com o tema “Igualdade e Democracia: Reparação e Justiça Racial”, o evento reuniu representantes de comunidades tradicionais, movimentos sociais e órgãos públicos no Auditório Lúcia Dórea (Cemae).


A conferência teve como objetivo promover o diálogo entre governo e sociedade civil para a construção de políticas públicas voltadas à população negra, povos quilombolas, comunidades indígenas, ciganos, povos de terreiro e demais segmentos historicamente marginalizados. As discussões foram organizadas em três eixos: Igualdade e Democracia, Justiça Racial e Reparação.

Durante a abertura, o coordenador municipal de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves, destacou a importância da escuta ativa como base para políticas públicas efetivas. “A conferência é uma instância maior da política de igualdade racial. Governo e sociedade civil discutem, avaliam e traçam diretrizes. A participação popular é fundamental”, afirmou.


O evento teve início com a leitura do regimento interno, seguida de uma saudação ancestral conduzida pelo babalorixá Pai Léo de Otym. Para ele, o encontro representa um espaço de visibilidade para os povos de terreiro e comunidades negras. “A conferência representa um avanço imenso. Que momentos como esse ocorram todos os anos e que as pessoas saibam que estamos aqui”, declarou.


A mesa de abertura contou com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), da Sepromi, do legislativo municipal, do Conselho Municipal e de organizações da sociedade civil. Representando o secretário da Semdes, o assessor jurídico Denis Oliveira ressaltou que a cidade tem avançado, mesmo diante das dificuldades. “As desigualdades precisam ser combatidas com políticas públicas, com seriedade e compromisso. O Centro Integrado de Direitos Humanos é uma conquista nesse sentido”, disse.


A programação incluiu uma palestra da advogada Dandara Pinho e, em seguida, os participantes se dividiram em grupos para debater e elaborar propostas para as conferências estadual e nacional.


Vitória da Conquista está entre os dez municípios brasileiros com maior número de comunidades quilombolas, com 33 grupos reconhecidos — 32 em áreas rurais e um na zona urbana (o Beco de Vó Dola). Para o diretor do Instituto Quilombola do Território do Sudoeste Baiano, Josezito Ferreira, a conferência é um marco. “É histórico, porque a última vez que esse espaço foi realizado foi em 2013. Hoje, retomamos o debate das políticas públicas para os quilombolas nos campos da saúde, educação, cultura e infraestrutura”, destacou.


A conferência também deu visibilidade às comunidades indígenas da região. Maria Elza de Oliveira, da aldeia Ribeirão dos Paneleiros, comemorou a oportunidade de participação. “É aqui que somos reconhecidos e discutimos nossas necessidades. A expectativa é sempre dialogar, adquirir conhecimento e ver as conquistas que teremos”, afirmou.


As propostas construídas serão levadas para as etapas estadual e nacional, como forma de garantir que as demandas locais ganhem espaço nas políticas públicas de igualdade racial em todo o país.

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