“É aqui que somos reconhecidos”: liderança indígena reforça importância da conferência para os povos originários em Vitória da Conquista

Na 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial, realizada nesta quinta-feira (5), em Vitória da Conquista, Maria Elza de Oliveira, integrante da comunidade indígena de Ribeirão dos Paneleiros, destacou o papel essencial da conferência como espaço de reconhecimento e reivindicação de políticas públicas para os povos originários.

“Através daqui nós tiramos as políticas públicas. Nós precisamos disso porque há muito tempo ficamos sem conferência. É aqui que somos reconhecidos e discutimos, e levamos para o governo o que precisamos nas nossas comunidades”, afirmou Maria Elza, ressaltando a expectativa por diálogo, conquistas e avanço nos direitos dos povos indígenas.

O encontro reuniu representantes do poder público e da sociedade civil para discutir propostas em três eixos: Igualdade e Democracia, Justiça Racial e Reparação. A fala da liderança indígena evidenciou uma das principais pautas da conferência: a invisibilidade das populações indígenas no território de Vitória da Conquista.

Embora o município seja mais reconhecido pela expressiva presença quilombola — com 33 comunidades oficialmente identificadas, sendo uma urbana e 32 rurais —, comunidades indígenas também enfrentam desafios históricos e estruturais relacionados à saúde, educação, cultura e acesso a direitos fundamentais.

A presença de Maria Elza de Oliveira reforçou o apelo por inclusão e reconhecimento institucional das populações indígenas nas políticas públicas locais. “A expectativa é sempre dialogar, adquirir conhecimento e ver as conquistas que teremos”, concluiu.