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'Frankenstein' de Guilhermo Del Toro é poético, violento e assustadoramente humano


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Como recontar uma história que já tem 200 anos desde que foi escrita pela primeira vez e que já foi contada e recontada várias vezes? A terefa seria difícil mesmo, mas o diretor Guilhermo Del Toro pegou o desafio e fez dele uma nova página desse história. O cineasta tratou a monstruosidade como espelho moral, e não como deformidade física.


Frankenstein (2025) é, nesse sentido, a culminação de tudo o que o diretor mexicano construiu ao longo de décadas, no encontro definitivo entre a poesia do grotesco e o horror da humanidade. O filme traz uma sensibilidade que acaba sendo de certa forma o coração dele. Mas o ponto alto do filme é mesmo o modo como ele explora a humanidade do monstro e a monstruosidade do Homem. Del Toro transforma Frankenstein em uma história de amor de um jeito poético, violento e assustadoramente humano.


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Este sem dúvidas não é o filme de horror que o público espera, é um drama gótico sobre criação, responsabilidade e sofrimento eterno, uma elegia sobre o que significa gerar vida e depois rejeitá-la.  Del Toro entende que a história de Frankenstein não é sobre a morte, mas sobre o abandono. A criatura não busca vingança; busca pertencimento. Quando descobre, nas anotações de Victor, a origem de seu corpo, o horror não é físico, mas existencial. Ele percebe que foi criado não para ser amado, mas para provar uma tese. O choque entre a razão do criador e o sentimento da criatura é o verdadeiro centro filosófico do filme.


A performance de Jacob Elordi é monumental. Com quase dois metros de altura e um olhar que mistura inocência e fúria, o ator faz da criatura um poema vivo. O filme tem um visual bem ambientado em 1857 e uma fotografia espetacular e cada angulo filmado do monstro é bem pensado e articulado para mostrar também a maquiagem incrível que torna o Frankenstein ainda mais assustador e amoroso ao mesmo tempo.


Faltou talvez, aproveitar mais um pouco da paixão do monstro pela Elizabeth, mas porém não compromete a história que é dividida em 3 atos todos muito bem encaixados. Por fim, Frankenstein 2025 achou o tom certo para se reinventar,e assim como a criatura, continuar com sua história imortal

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