Mercadinho de Salvador é condenado a indenizar ex-funcionário por racismo recreativo

A Justiça do Trabalho condenou um mercadinho de Salvador a pagar R$ 20 mil por danos morais a um ex-funcionário que sofreu racismo recreativo no ambiente de trabalho. A decisão foi proferida pela 6ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) e divulgada nesta quinta-feira (5).

Segundo o processo, o trabalhador foi demitido sem justa causa logo após questionar ofensas racistas feitas por colegas e pelo proprietário do estabelecimento. Entre as situações relatadas estão piadas sobre jogadores negros durante jogos da Copa do Mundo e comparações ofensivas com o personagem "King Kong".

Na tentativa de registrar e comprovar as falas discriminatórias, o empregado gravou uma ligação telefônica com o dono do mercadinho. Durante a conversa, além de minimizar as ofensas racistas, o empregador ainda fez declarações com teor etarista.

A Justiça reconheceu a existência de racismo recreativo — forma de discriminação mascarada de humor — e determinou o pagamento da indenização. A sentença também concedeu ao ex-funcionário o benefício da justiça gratuita, e a empresa foi condenada a arcar com honorários advocatícios.

A decisão é passível de recurso.