O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 30, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode recusar o regime semiaberto e tem o direito de permanecer na prisão. “Quer ficar, fica”, disse. A declaração foi dada ao jornal O Estado de S. Paulo na chegada ao Palácio do Alvorada e confirmada por VEJA.
“É direito dele ficar preso lá. Quer ficar, fica. Não vou interferir. Não vou tripudiar em cima dele. Foi julgado em segunda instância, terceira… O que o governo dele fez está patente. Esta noite assisti a uma entrevista de um dos delatores (…). Ele fala em detalhes o que aconteceu no governo dele. Não tem como várias pessoas inventarem a mesma história. O cara meteu a mão e entregou a amigos dele. Para quê? Projeto de poder. Não deu certo. Graças a Deus, não deu certo”, disse.
A pedido da força-tarefa da Operação Lava Jato, a juíza Carolina Lebbos analisa a progressão de Lula para o regime semiaberto – no qual ele teria o direito a sair para trabalhar e voltar para a prisão à noite – por ter cumprido 1/6 da pena de 8 anos e 10 meses imposta no caso do tríplex do Guarujá pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O ex-presidente, no entanto, não quer aceitar a progressão porque avalia que isso implicaria reconhecer a legitimidade do processo, que ele vem contestando nas instâncias superiores. O petista aguarda o julgamento no Supremo Tribunal Federal de recurso no qual pede a suspeição do então juiz Sergio Moro – hoje ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro – na condução do caso, tendo como base os diálogos entre o magistrado e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
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